Após uma era de ouro no Brasil entre 2014 e 2018, o mercado de engenharia passou por uma baixa, motivada principalmente por questões econômicas. Crises econômicas e a pandemia de COVID-19 trouxeram uma retração tanto para alguns setores da construção civil quanto para a indústria. Além disso, o crescimento impressionante da China e suas poderosas indústrias mudaram a Cadeia Global de Valor, fazendo com que multinacionais repensassem seus projetos.
No entanto, os números mais recentes mostram que esses setores estão voltando a crescer, seja pela melhoria em partes da economia pós-pandemia, seja pela adaptação das empresas ao novo cenário mundial. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (IBGE) apontam recuperação para o setor industrial. Após sete meses de queda entre o segundo semestre de 2022 e o início de 2023, o nível de produção voltou a se estabilizar e vem se mantendo em 2024.
Olhando para o mercado de trabalho, segundo dados do CAGED, o emprego na indústria cresceu 9,74% entre janeiro de 2021 e outubro de 2024. Já para a construção civil, o crescimento foi de 24,19% no mesmo período. Só em 2024, de janeiro a outubro, a indústria cresceu 4,19% e a construção 6,59%. Mais empregos gerados significa mais produção e mais demanda.
Devido à necessidade de mais mão de obra qualificada, a demanda por cursos superiores nesses setores também vem aumentando. Acompanhe o crescimento do número de ingressantes nos cursos entre 2021 e 2023, segundo dados do MEC: Engenharia de Produção (27,01%), Engenharia Mecânica (21,36%), Engenharia Civil (9,65%), Arquitetura (18,28%). Além desses cursos, há outros ramos da engenharia, como elétrica, automação, entre outros.
No entanto, esse número de ingressantes pode não suprir a demanda do mercado a tempo. No mesmo período avaliado, o número de concluintes caiu nos cursos avaliados (fruto da baixa nos anos anteriores): Engenharia de Produção (-4,19%), Engenharia Mecânica (-10,25%), Engenharia Civil (-31,14%), Arquitetura (-14,36%). Dado o ciclo de cinco anos de formação, em média, e a evasão natural dos alunos durante o curso, o mercado de trabalho poderá sentir a falta desses profissionais em breve.
Ainda no campo da engenharia, a Agronomia se torna cada vez mais destacada. A procura pelos cursos aumentou em 62,67%, e ao contrário das demais áreas, o número de concluintes dos cursos seguiu com saldo positivo entre 2021 e 2024. Este crescimento é reforçado pelos dados do emprego no setor, que, segundo o CAGED, cresceu 10,37% no período.
A economia muitas vezes é cíclica e, como os dados apontam, o mercado para as engenharias está em um novo momento de crescimento. Bom para o mercado de trabalho, bom para as empresas e para a economia, que, através desses profissionais, conseguem melhorias de produtividade e inovação.
Ms. Guilherme Vivaldi
Fundador Geesul
